Em reunião realizada nesta segunda-feira (20/5), a Reitoria da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e os dirigentes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), dialogaram sobre demandas atuais e históricas da comunidade acadêmica e sobre a atuação do movimento estudantil no contexto de greve dentro da universidade.
Em documento enviado à reitoria os pontos de pauta demandados pelos estudantes incluíam a solicitação de um posicionamento da reitoria quanto à greve discente, além da paralisação do calendário acadêmico, negociação de faltas e atividades avaliativas, além de melhorias na infraestrutura das unidades, em especial as que ficam localizadas no interior.
A Reitora Lavínia Rosa Rodrigues enfatizou a relevância histórica do movimento estudantil, o respeito à autonomia da organização discente, assim como a necessidade de preservar o patrimônio da instituição. Ela destacou o direito de greve como instrumento legítimo de luta e reconheceu a diversidade de opiniões dentro da universidade durante o movimento. A reitora afirmou que “a universidade é uma instituição maior do que todos os seus membros e que é importante garantir o direito de manifestação de todos e todas”.
Com relação à reclamação apresentada pelos dirigentes do DCE de que estudantes estariam sofrendo assédio por parte dos docentes, a Reitora Lavínia pontuou que a universidade tem canais oficiais para receber essas denúncias e que qualquer assédio pode ser respondido nas esferas civil, administrativa e até criminal.
Sobre a pauta de suspensão do calendário acadêmico, a Reitora explicou aos estudantes que o pedido do sindicato dos docentes é para que este ponto não seja incluso na pauta do Conselho Universitário da UEMG – uma vez que este assunto foi debatido na última assembleia do comando de greve. A Reitora Lavínia também destacou que a questão das faltas e aulas é um tema que deve ser discutido nas unidades acadêmicas e nos colegiados.
Quando ao Projeto de Lei No 1.371/2023, aprovado na última semana na Assembleia Legislativa, Lavínia explicou que a Reitoria tem se dedicado às questões relacionadas à assistência estudantil e à implementação e ao funcionamento dos restaurantes universitários (RUs). Lavínia destacou a importância do Programa Estadual de Assistência Estudantil (Peaes) incluir os restaurantes na regulamentação dentro da política. “O restaurante universitário depende principalmente de orçamento, e é essencial garantir a suplementação financeira para que os estudantes tenham acesso à alimentação adequada. A ideia é oferecer subsídios para que os estudantes possam usufruir do RU de forma gratuita ou a um custo muito baixo, independentemente de estarem no Peaes ou não”.
Conforme explicou a Reitora, “os projetos para a instalação de restaurantes universitários têm se viabilizado graças à iniciativa de parlamentares. No entanto, é necessário adequar os espaços e regulamentar o funcionamento desses RUs”.
A discussão concluiu com a reitora enfatizando a importância de priorizar as necessidades dos estudantes e o compromisso da universidade em ser pública, inclusiva e socialmente referenciada. Os estudantes se comprometeram em enviar à reitoria uma lista com as demandas da categoria para a construção de uma agenda de fortalecimento da instituição. Para a gestão superior, o encontro marcou um passo importante no fortalecimento do diálogo entre a administração da universidade e o corpo estudantil.