Após completar em janeiro deste ano sua participação no Projeto Rondon, a UEMG recebeu, no dia 7 de fevereiro, uma homenagem do Ministério da Defesa por sua reiterada contribuição à iniciativa.
Um troféu especial deixou marcada a 38ª participação da Universidade nas Operações do Projeto, a segunda instituição de ensino superior mineira com mais participações dentre as 38 presentes durante a cerimônia de encerramento da Operação Sul Minas II, na cidade de Pouso Alegre.
O empenho da UEMG em desenvolver e fortalecer “a cidadania em estudantes universitários através do emprego de soluções sustentáveis para a inclusão social” foi destacada no texto que acompanha o troféu.
Para o professor Antônio Rodrigues Neto, que foi também o coordenador de uma das equipes da UEMG enviadas para atuação nos municípios do sul de Minas, a homenagem traz a sensação de “dever cumprido” e representa o reconhecimento do espaço que a extensão universitária tem obtido. “Especialmente na UEMG, onde [a extensão] tem se colocado de maneira equivalente ao ensino e à pesquisa para levar o nome da UEMG onde o povo mineiro merece que ela esteja”, aponta.
Somente nas Operações Sul Minas (I e II) realizadas entre o final de janeiro e início de fevereiro deste ano, a UEMG mobilizou 40 pessoas entre os professores coordenadores e adjuntos e estudantes de Belo Horizonte, Divinópolis e Ituiutaba para atuação em quatro municípios: Conceição dos Ouros, Córrego do Bom Jesus, Ibitiúra de Minas e Senador Amaral.
As equipes da UEMG integraram uma mobilização que realizou em poucos dias 94 oficinas e 2.415 capacitações em áreas como Meio ambiente, Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação, Saúde, Comunicação, Trabalho, Tecnologia e Produção.
O professor Antônio reconheceu a receptividade às equipes e atividades propostas, que obtiveram bastante adesão, com a participação não somente das próprias comunidades, como também de gestores e lideranças comunitárias.
“As ações estiveram voltadas a propor soluções e capacitar multiplicadores para atender demandas locais variadas. A principal delas refere-se à preservação do meio ambiente, já que estamos falando de cidades localizadas na Serra da Mantiqueira, em que o crescimento da população e do turismo, a produção da agricultura e questões estruturais como a falta de saneamento básico e acesso à água e solo de qualidades ainda são desafios para quem sobrevive do campo”, explica.
Além de trazer capacitações e conhecimento transformador para as comunidades, a outra ponta do processo também se beneficia da relação mutualista criada pelo Projeto Rondon.
Um dos pilares do projeto é não somente integrar a Academia no desenvolvimento de comunidades vulneráveis, mas também proporcionar aos estudantes graduandos de diversas áreas do conhecimento o contato com a realidade brasileira e a conexão entre os saberes acadêmicos com os populares, além de estimular a aplicabilidade dos conteúdos teóricos na prática.
Um exemplo disso é a estudante Emily Marcelly Neves, que cursa o 6º período de Direito na UEMG de Ituiutaba. Embora tenha integrado pela primeira vez o Projeto Rondon neste ano, ela afirma que já conhecia e projeto e que desta vez as oportunidades convergiram para sua participação.
Considerando-se uma apaixonada pela Biologia mesmo cursando Direito, ela conta que conseguiu aliar as duas áreas ao tratar de temas como Aposentadoria Rural, Associativismo e Cooperativismo e explica por que considera esta a melhor experiência que teve até o momento: “É muito gratificante aprender com a população e me deparar com uma cultura diferente da minha, e durante todo esse processo ser acolhida tão bem e estar recebendo respaldo!”, comemora. “É um exercício para a empatia, compaixão e compreensão, além de nos desafiar nos temas propostos para as oficinas”, complementa.
A estudante ainda destacou a potência da aplicabilidade dos conhecimentos teóricos em campo: “No Rondon somos expostos a esse ambiente rico de práticas daquilo que estudamos dentro de sala de aula. Além disso, é um exercício de responsabilidade e compreensão para atuar com o futuro público do meu trabalho”.
E se a experiência é transformadora para quem estreia no Projeto Rondon, ela permanece potente em quem também é veterano. O estudante Gustavo Augusto Fonseca, 6º período de Engenharia Agronômica na UEMG Divinópolis, participa pela segunda vez das atividades do Projeto Rondon. Ele, que já é formado em Ciências Biológicas e pós-graduado em Gestão Ambiental Integrada, afirma ter desenvolvido o gosto por uma trajetória voltada à extensão, tendo sido integrante de duas ONGs.
Apesar de já ter vivido essa experiência anteriormente, ele afirma que a ansiedade é a mesma e que poder atuar no próprio estado é ainda mais compensador. O estudante conta também como a interação com a comunidade é dinâmica e participativa. "Durante uma oficina sobre Saneamento Básico Rural, alguns moradores da comunidade nos apresentaram uma demanda local em se organizarem como uma associação. Assim, fizemos alguns ajustes no cronograma e encaixamos uma oficina específica para a demanda deles. Foi a oficina com mais participação da comunidade local", celebra. "Eles saíram da oficina confiantes, mais unidos e com sentimento de pertencimento ao local em que vivem".
O acolhimento das comunidades às atividades é uma temática recorrente na relação entre os públicos vinculados à iniciativa. "A receptividade das pessoas é algo marcante", conta Gustavo. "Ao final das oficinas, chegam até você para gradecer, relatam casos, tiram dúvidas, perguntam quando vamos voltar e ainda dizem: "depois que vocês forem embora, a cidade não será mais a mesma' ".
O coordenador Antônio celebrou o êxito da participação da Universidade nesta edição do Projeto Rondon. “Todas as equipes receberam uma amostra do que é o acolhimento mineiro, e ninguém mais queria voltar do Sul de Minas. Nos quatro municípios de atuação, a população engajou bem, aderiu às oficinas, capacitações, palestras e atividades propostas”.
Além do professor Antônio, que coordenou com o adjunto Henrique Machado (UEMG Ituiutaba) uma das quatro equipes da UEMG enviadas, completam as coordenações dos grupos de atividades os professores Herbert Medeiros (UEMG Divinópolis) e sua adjunta Ana Maria Batista (UEMG J. Monlevade); Deise Maito (UEMG Ituiutaba) e Baruana dos Santos (UEMG Ituiutaba) e Larissa Romanello (UEMG Ituiutaba) e Rosiane Alves (UEMG Ituiutaba).
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