A Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) publicou sete editais de concursos públicos, para contratação de professores. Ao todo, 66 vagas são oferecidas para as unidades acadêmicas de Passos, Abaeté, Cláudio e Divinópolis.
As vagas são oferecidas para mestres, nível quatro e grau A, e doutores, nível seis e grau A. Com jornada de 40 horas semanais, a remuneração incial para mestres é de R$ 5.102,36 e para doutores, de R$ 7.488,46.
A contratação de professores vai implicar o fortalecimento do corpo docente da UEMG. Abaixo, há mais informações sobre os sete editais.
Passos
Para a unidade acadêmica de Passos, foram publicados os Editais 1/2024, 4/2024 e 5/2024, que oferecem nove, dez e dez vagas, respectivamente. O primeiro se destina à área do Direito, enquanto o segundo às áreas de Administração e Contabilidade e o terceiro, à Engenharia Civil.
No Edital 1/2024, cinco das vagas são oferecidas a doutores e quatro a mestres. Já no Edital 4/2024, oito das vagas são oferecidas a doutores e duas a mestres. O Edital 5/2024, por sua vez, oferece quatro vagas a doutores e seis a mestres.
As inscrições para o Edital 1/2024 ocorrem entre os dias 10 de junho e 25 de junho. Já o período de inscrições para os Editais 4/2024 e 5/2024 vai do dia 15 de julho ao dia 30 de julho.
Abaeté
O Edital 2/2024 vai selecionar professores da área de Ciências Contábeis para a unidade acadêmica de Abaeté. São dez vagas, três para doutores e duas para mestres, e as inscrições vão do dia 15 de julho ao dia 30 de julho.
Cláudio
Dez professores das áreas de Ciências Contábeis, Administração, Engenharia de Produção e Direito vão ser selecionados, para atuação na unidade acadêmica de Cláudio, por meio do Edital 3/2024. Duas vagas são para doutores e oito para mestres. As inscrições vão do dia 15 de julho ao dia 30 de julho.
Divinópolis
Os Editais 6/2024 e 7/2027 selecionam professores para atuação na unidade acadêmica de Divinópolis. O primeiro se destina à área de Engenharia Civil, enquanto o segundo à Agronomia.
O Edital 6/2024 oferece dez vagas, sendo seis delas destinadas a doutores e quatro mestres. Já o Edital 7/2024 oferece sete vagas, seis a doutores e uma a um mestre. As inscrições vão do dia 15 de julho ao dia 30 de julho.
A Universidade do Estado de Minas Gerias (UEMG) recebeu moção de aplausos e reconhecimento do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir-MG), pela criação do Programa de Bolsa para Povos e Comunidades Tradicionais (PROPCT's). A iniciativa da UEMG tem, como objetivo, corrigir desigualdades históricas e estruturais, ao oferecer oportunidades equitativas de acesso à educação superior para grupos historicamente marginalizados, como povos indígenas e quilombolas.
O texto, assinado por Clever Alves Machado, presidente do Conepir-MG, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), destaca o "relevante trabalho realizado" pela equipe da Pró-Reitoria de Extensão (PROEx), na criação do PROPCT's. "Na certeza de caminharmos sempre irmanados na promoção da igualdade racial em nosso grandioso estado, renovamos votos de elevada estima e consideração", diz.
O PROPCT's foi criado em abril deste ano, após aprovação do Conselho Universitário (Conun) da UEMG. A iniciativa se integra às políticas de ações afirmativas da universidade e se fundamenta na necessidade de garantir equidade e formação de excelência à comunidade discente.
Para o pró-reitor de Extensão da UEMG, professor Moacyr Laterza Filho, em curto prazo o programa promove a equidade no acesso à educação superior e na permanência de estudantes na universidade, tendo em vista as dificuldades socioeconômicas, culturais e estruturais que enfrentam, em relação à educação superior. Em relação ao futuro, projeta impactos na formação superior.
"Em médio e longo prazos, confiamos que esse programa vai trazer um enriquecimento do ambiente acadêmico, com a formação de profissionais mais conscientes e preparados para lidar com a diversidade, como também profissionais capacitados e engajados em contribuir com o desenvolvimento locai e para a promoção de mudanças sociais, relativas a seus povos de origem", afirma.
Na última semana, a UEMG publicou o Edital 3/2024 do PROPCT's. Todas as 22 unidades acadêmicas participam da chamada interna, além do curso fora de sede, em Cataguases.
As inscrições têm início no dia 3 de junho e vão até o dia 14 do mesmo mês, por meio de um termo de compromisso de adesão ao programa, que será disponibilizado na página do PROPCT's e vai estar disponível na próxima segunda-feira (3/6).
As bolsas são cumulativas, de R$ 1.400 mensais e vão ser oferecidas de forma proporcional à quantidade de estudantes inscritos no programa, em todas as unidades acadêmicas. Elas serão pagas em oito parcelas, ao longo do ano de 2024, correspondentes aos meses letivos que o estudante estiver cursando
A ideia é que o suporte financeiro ajude os estudantes a mitigarem as dificuldades socioeconômicas, culturais e estruturais que enfrentam durante a realização dos cursos presenciais de graduação e pós-graduação stricto sensu, com carga horária média superior ou igual a quatro horas diárias ou 20 semanais.
Segundo a Lei Estadual 21.147/2014, os povos e comunidades tradicionais são grupos culturalmentes diferenciados, que se reconhecem como tais. Eles possuem formas próprias de organização social e ocupam territórios utilizando recursos naturais para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, aplicando conhecimentos que se transmitem por meio da tradição.
As discussões do 71º Fórum Nacional da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) foram encerradas na tarde desta sexta-feira (24/5), no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte. O evento foi organizado pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), com o tema “Ética, estética e inteligência artificial”.
A leitura da Carta de Belo Horizonte, que marca o encerramento do fórum, foi realizada pela reitora da UEMG, professora Lavínia Rosa Rodrigues, e pelo presidente da Abruem, professor Odilon Máximo. O documento ainda não foi publicado.
O texto aponta para a necessidade de fortalecimento da educação superior, especialmente das instituições de ensino fora dos grandes centros urbanos, que atendem as comunidades nos interiores dos estados, com uma distribuição mais justa de recursos entre as universidades federais, estaduais e municipais, considerando critérios como o Índice de Desenvolvimento Urbano (IDH) das regiões onde se localizam e o número de estudantes de baixa renda matriculados.
Além disso, o documento destaca a importância de se garantir a criação e manutenção de políticas públicas de permanência e assistência estudantil, assim como o apoio psicossocial e a acessibilidade nas universidades, contemplando também os meios digitais.
A Carta de Belo Horizonte também salienta a importância de as universidades priorizarem o letramento digital e as habilidades de pensamento crítico, com a promoção de aprendizagem acessível aos diversos segmentos sociais, através do ingresso e do reingresso no sistema de educação superior.
Pouco antes da leitura do documento, no início da tarde, a professora Olira Saraiva Rodrigues, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), falou sobre a educação a distância, em tempos de inteligência artificial.
Com mediação da professora Darlene de Castro Teixeira, vice-reitora da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), a palestra abordou a necessidade de uma regulamentação e do uso crítico da IA, com o estabelecimento de arcabouços legais para o uso da IA generativa, a utilização de ferramentas para detecção de plágio e a promoção atividades que desenvolvam nos estudantes a capacidade de identificar e analisar, criticamente, os conteúdos gerados por ela.
“Falta-se regulamentação ética. Nós não temos ainda uma regulamentação que nos respalde, que esteja conosco em relação aos direitos autorais e à privacidade, para que não se torne uma precarização do ensino”, disse Olira.
A docente também falou sobre os desafios da educação a distância em relação a IA. Para ela, é necessária a promoção de pesquisas científicas e de discussões críticas sobre o assunto, assim como uma formação específica de professores, para que possam compreender a IA de maneira ética e dialética, no desenvolvimento de práticas pedagógicas.
Nos relatos da Câmara Técnica de Ensino a Distância, Universidade Aberta do Brasil e Tecnologias Educacionais, a professora Carmen Maria Cipriani Pandini, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), apresentou as ações realizadas em 2023 e as metas para este ano.
Entre as ações previstas, está a realização de uma pesquisa, com o objetivo de obter um diagnóstico da implementação da educação a distância nas universidades associadas. Outra, com o mesmo fim, foi realizada há dez anos, de modo que um novo levantamento pode apontar eventuais avanços ou retrocessos.
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Professora Olira Saraiva Rodrigues (UEL) fala durante o 71º Fórum Nacional da Abruem (foto: Carolina Gonçalves)
Carta de Belo Horizonte é lida no 71º Fórum Nacional da Abruem
Professora Carmen Pandini (Udesc) fala durante os relatos da Câmara Técnica de Ensino a Distância (foto: Carolina Gonçalves)
Carta de Belo Horizonte é lida no 71º Fórum Nacional da Abruem
Relatos da Câmara Técnica de Ensino a Distância (foto: Carolina Gonçalves)
Carta de Belo Horizonte é lida no 71º Fórum Nacional da Abruem
Edição da Mesa de Thereza ocorreu no Palácio da Mangabeiras (foto: Carolina Gonçalves)
Carta de Belo Horizonte é lida no 71º Fórum Nacional da Abruem
Mesa de Thereza e visita a Inhotim
No fim da tarde, os reitores e reitoras participaram da Mesa de Thereza, no Palácio das Mangabeiras. O projeto, realizado pela professora Thereza Portes, traz uma longa toalha que, há anos, vem sendo bordada coletivamente, com o traçado de memórias e sentimentos dos participantes, que bordam enquanto tomam café, coado na hora, e compartilham biscoitos, bolos e pães, dispostos sobre a mesa.
Os reitores e reitoras visitaram ainda o Instituto Inhotim, ao longo de sábado (25/4). O maior complexo de museus a céu aberto do mundo, localizado no município de Brumadinho, abriga obras de artistas brasileiros e de outros países, como Hélio Oiticica, Cildo Meireles e Adriana Varejão.
Finalizando a última manhã de discussões do 71º Fórum da ABRUEM, e após ouvirmos as considerações das áreas acadêmica e da iniciativa privada no dia anterior, era também esperado um posicionamento da Administração Pública sobre a temática do evento, a Inteligência Artificial.
E ela veio na figura do secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social Inácio Arruda, vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia do governo federal.
Com moderação do então presidente da ABRUEM, o professor Odilon Máximo de Moraes (reitor da UFCE), o secretário dialogou com os presentes sobre o tema “Limites e possibilidades da Inteligência Artificial para o desenvolvimento social e sustentável”.
Iniciou sua fala fazendo um balanço das principais atividades do Ministério naquilo que chamou de “reestruturação” da área de Ciência e Tecnologia no país, apresentou números de investimento no CNPq e do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), além de anunciar o lançamento de editais da área que serão anunciados ainda este ano.
Sobre a temática em si, Arruda relatou os desdobramentos de uma reunião, realizada no mês de março, com a presença do presidente da República, do recém-reativado Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), onde três especialistas presentes dispuseram suas contribuições acerca da Inteligência Artificial, detendo-se a seus aspectos legais, éticos e seu impacto sobre o mundo do trabalho.
Desse encontro, segundo ele, o governo federal teria requisitado ao Conselho uma proposta de criação, a ser apresentada no mês de junho, durante a realização da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, de um Programa Nacional de Inteligência Artificial, que poderia ser batizada com o nome de Guarani ou Yanomami.
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Lavínia Rosa (Reitora UEMG)
A justificativa para a entrada do país na seara da Inteligência Artificial, segundo o secretário, estaria na soberania do estado brasileiro, que não deveria dispor seus dados nas mãos de um pequeno grupo de empresas que atualmente detêm o controle da tecnologia.
Para ilustrar a complexidade da questão, o secretário comparou-o com a dependência brasileira do sistema GPS norte-americano no setor de aviação e com a centralização de dados e informações das grandes corporações ao exemplo do que ocorre nas empresas de comunicação: “Já se discutiu aqui no Brasil o controle da comunicação nas mãos de poucas famílias e em cada estado, que dominavam a produção de informações cotidianas. Pois temos hoje três ou quatro famílias, no mundo ocidental, que concentram uma quantidade trilionária de dados que geram algoritmos permanentemente, que dizem para você o que você vai fazer e ocultam aquilo que consideram que você não deva saber. Por meio de quê? De uma gigantesca infraestrutura em suas mãos”.
Embora afirme que ainda não há indicação da fonte dos recursos para sua implementação e reconheça ser uma disputa inglória com corporações que já possuem frente no desenvolvimento, com uma infraestrutura estabelecida e orçamentos suntuosos para investimento nessa área, ainda assim o secretário defende que se possa estabelecer um modelo que respeite a realidade nacional e ainda assim garanta a soberania e os interesses nacionais no uso da tecnologia.
Exaltou a capacidade criativa e o histórico exitoso da área de pesquisa nacional frente às adversidades, como a criação do Butantã e da Fiocruz durante a crise epidemiológica e sanitária do início do século XX; a criação da Embraer na área da aviação e criação do Proálcool durante uma das inúmeras crises mundiais do petróleo.
“Nosso país tem capacidade de manter seu próprio projeto de Inteligência Artificial. É um desafio, porque é uma batalha que você compra enfrentando gigantes. Nossa proposta deve ser capaz de não permitir, com a alta tecnologia, exclusões sociais. Porque a lógica do sistema é manter mais gente fora do alcance do conhecimento e da participação desse mundo novo da transformação digital”, defende.
Para se afiançar da eficiência, sustentabilidade e da isonomia no cumprimento dos objetivos propostos, o brasileiro deverá aguardar pelo menos até junho, quando estará mais claro o teor da proposição. Até lá, é preciso estar atento aos sinais que emitem os algoritmos e as questões que se descortinarão a partir dali. “É um grande desafio nosso. É, ao mesmo tempo, um desafio da Academia, dos cientistas brasileiros, da governança do Brasil e também do setor industrial brasileiro”.
O primeiro dia de discussões do 71º Fórum Nacional da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) trouxe uma palestra sobre as implicações éticas e a regulação da inteligência artificial (IA) na pesquisa científica. O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Carlos Arruda, foi convidado para falar sobre o tema, com mediação do professor Pasqual Barretti, reitor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).
A palestraocorreu durante a tarde desta quinta-feira (23/4), no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte, e integra a programação do evento, realizado pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Na ocasião, Arruda apresentou a Fapemig ao público presente e falou sobre a necessidade de Minas Gerais e o Brasil em contarem com profissionais capacidades em STEM, uma abordagem interdisciplinar de educação que envolve ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
“Vamos lançar, no próximo ano, 1.000 a 2.000 bolsas focadas nas áreas de STEM, para a formação de especialistas que possam atuar em pesquisa, desenvolvimento, inovação e empreendedorismo, nas instituições científicas e de inovação tecnológica e em empresas, incluindo bolsas para tecnólogo, mestrado profissional e doutorado profissional”, afirmou.
O presidente da Fapemig expôs dados que mostram o crescimento de investimentos da instituição em projetos de pesquisas que incluem a IA, incluindo propostas que propõem interface com outras áreas do conhecimento, como engenharia elétrica, agronomia, zootecnia e administração.
Para Arruda, cabe à Fapemig distribuir recursos de maneira democrática, mas há o entendimento de que deve haver uma responsabilidade estratégica em priorizar projetos que gerem mais valor, como os centros de excelência.
Por isso, a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) vai implementar, com o apoio da Fapemig em torno de R$ 20 milhões, o Centro de Excelência do Semiárido, que vai realizar pesquisas voltadas para o combate aos impactos das mudanças climáticas. Carlos Arruda também revelou que há conversas para a criação de um centro de excelência na UEMG, relacionado à área do design. Em seguida, respondeu a perguntas de participantes do evento.
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Presidente da Fapemig, Carlos Arruda fala durante o 71º Fórum Nacional da Abruem, ao lado do professor Pasqual Barretti, reitor da Unesp (foto: Carolina Gonçalves)
Investimentos em projetos sobre IA são tema de palestra do 71º Fórum Nacional da Abruem
A professora Silvia Ferreira Melletti fala durante os relatos da Câmara Técnica de Pesquisa e Pós-Graduação (foto: Carolina Gonçalves)
Investimentos em projetos sobre IA são tema de palestra do 71º Fórum Nacional da Abruem
Público presente durante o 71º Fórum Nacional da Abruem (foto: Carolina Gonçalves)
Investimentos em projetos sobre IA são tema de palestra do 71º Fórum Nacional da Abruem
Após o fim da palestra, o 71º Fórum Nacional da Abruem deu seguimento com os relatos da Câmara Técnica de Pesquisa e Pós-Graduação, com uma apresentação da professora Silvia Ferreira Melletti, pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Em sua fala, a professora apresentou uma série de dados vinculados ao tema e defendeu a ciência produzida pelas universidades públicas brasileira, em especial as estaduais e municipais. Melletti também falou sobre a importância das bolsas de pesquisa para a permanência dos discentes de pós-graduação, salientando que são profissionais já formados, e reforçou a necessidade de implementação de políticas públicas que contemplem todas as áreas de conhecimento, para a indução das práticas de pesquisa e produção de conhecimento.
As câmaras temáticas são unidades vinculadas ao Conselho Pleno da Abruem e, entre seus objetivos, há o intuito de assessorar a diretoria da associação na análise, estudos e realização de trabalhos relativos aos seus campos temáticos.
Nova diretoria da Abruem é eleita por aclamação
Nova diretoria da Abruem é eleita durante o 71º Fórum Nacional (foto: Antônio Araújo)
A tarde de quinta-feira (23/5) também reservou a eleição da nova diretoria da Abruem, para o biênio 2024-2026. As professoras Cicília Maia Leite e Nara Fortes, reitoras da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) e da Universidade de Taubaté (Unitau), respectivamente, foram eleitas por aclamação e defenderam que a posse ocorra em Brasília, para buscar a visibilidade merecida às instituições.
Na ocasião, a mesa diretora eleita leu uma carta-proposta para os próximos dois anos, destacando o fortalecimento da Abruem, o monitoramento de compromissos já assumidos, a promoção de intercâmbio de experiências e a promoção do progresso da Agenda 2030. Entre as propostas da diretoria, está a criação de uma frente parlamentar mista, em defesa das universidades públicas estaduais e municipais.
Entre as pautas discutidas, a reunião do Conselho Pleno também aprovou a chegada da Universidade do Distrito Federal (UnDF) à associação e abordou a temática da próxima edição do Fórum Nacional da Abruem, que vai ser realizado pela Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), no segundo semestre deste ano. Os reitores e reitoras vão realizar discussões sobre o papel das universidades na promoção do desenvolvimento territorial, por meio da interiorização universitária, no próximo encontro.
Até 2030, estima-se que o treinamento de redes de inteligência artificial deverá consumir mais energia do que a Índia utiliza anualmente; em 2021, a partir da análise das obras existentes e de estilo, a Inteligência Artificial finalizou a X Sinfonia de Beethoven, que ficou inacabada após a morte do compositor; há anos os melhores enxadristas humanos têm perdido partidas sistematicamente para IAs; os avanços delas sobre a área de criação, textos, imagens, vídeos e programação, cria temores sobre o futuro do trabalho e as suas implicações em outras áreas das atividades humanas, inclusive sobre a Educação, sobretudo ao Ensino Superior gratuito.
Essas e outras questões foram debatidas durante a manhã do primeiro dia de atividades do 71º Fórum da ABRUEM, nas duas palestras realizadas no auditório do BDMG: “Ética e Estética e Inteligência Artificial”, ministrada pelo professor Daniel Pucciarelli, e mediada pela reitora Lavínia Rosa Rodrigues, ambos da Universidade do Estado de Minas Gerais, e “Diálogos entre Extensão, tecnologia, inovação e processos criativos”, que contou com a participação do diretor de Engenharia do Google para a América Latina, Berthier Ribeiro, a gerente Google for Education para o setor público, Larissa Andrade Gomes e mediada pela reitora da Universidade Estadual de Feira de Santana, Amali de Angelis Mussi.
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Lavínia Rosa (Reitora UEMG)
Professor Daniel Pucciarelli e Lavínia Rosa
Daniel Pucciarelli
Inteligência Artificial, questões naturais
Durante sua palestra, o pesquisador Daniel Pucciarelli conceituou, fundamentou e problematizou a iminência da IA nas atividades humanas, ressaltando as questões éticas e estéticas da questão e os desafios que essas temáticas representam para a implementação de IAs que atinjam o mesmo potencial humano.
Segundo ele, fatores como a senciência, consciência e inteligência emocional são atributos humanos de difícil parametrização e muito complexos para se transpor em algoritmos. Por outro lado, ele aponta que o estabelecimento cada vez mais acelerado das inteligências artificiais convergem para a quebra do paradigma de que a ética e a estética sejam atributos exclusivamente humanos, situação que ele considera “um tapa na cara do excepcionalismo humano”.
O pesquisador também indicou o que chamou de problemas morais de curto prazo: a sustentabilidade do modelo de treinamento de IAs robustas (que, segundo um estudo de 2022, demandaria 1,3 mil Kwh-h, que seria equivalente ao consumo energético de 130 residências norte-americanas, ou que teria o potencial de até 2030 ela consumir a mesma quantidade de energia que a Índia) em contexto de condições climáticas e cenário delicado de geração energética; os algoritmos falhos, especialmente na área de saúde, que podem sub ou superidentificar padrões e levar, por exemplo, a prescrições médicas equivocadas (levando a própria OMS - Organização Mundial da Saúde - a temer a adoção precipitada da ferramenta na área da saúde), problemas de intimidade e privacidade e a criação de deepfakes.
Pucciarelli sintetizou esses problemas como de “controle social da técnica e da tecnologia”, sendo primordial para o primeiro tópico uma coordenação sociopolítica eficiente e para o segundo um improvável consenso político sobre temas controversos, como trabalho, sustentabilidade, entre outros. Ainda com essas dificuldades, ele acredita na possibilidade de criação de “algoritmos morais”.
O pesquisador indica que o papel das Universidades nesse contexto é serem os espaços de experimentação e inovação interdisciplinar, promovendo estudos sociais da tecnologia e a reflexão crítica permanente sobre os rumos da IA, sobre teorias e práticas de alinhamento de IA e fomento dos mecanismos de aprofundamento das democracias digitais e a valorização da inteligência natural.
A Universidade do Estado de Minas Gerais recebe, entre os dias 22 e 25 de maio, em Belo Horizonte, o 71º Fórum da Associação Brasileira de Reitores e Reitoras das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM), que tem como tema principal das discussões Ética, a Estética e Inteligência Artificial.
Além das reuniões e relatos das câmaras técnicas de ensino, pesquisa e extensão, presididas por docentes das instituições públicas de ensino superior, destacam-se também as participações de convidados ilustres, como Berthier Ribeiro, diretor de Engenharia do Google para a América Latina; Carlos Arruda - Presidente da FAPEMIG; Inácio Arruda, Secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (MCTI) e Ester Pereira Neves de Macedo - Assessora de Pesquisa e Inovação da Diretoria de Avaliação da Educação Superior (INEP).
Acompanhe as notícias e imagens do evento organizado pela UEMG:
A Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) deu início, na noite desa quarta-feira (22/5),ao 71º Fórum Nacional da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais. Com o tema “Ética, estética e inteligência artificial”, o evento ocorre até sexta-feira (24/5), no auditório do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte.
A solenidade de abertura trouxe uma mesa com a presença da reitora e do vice-reitor da UEMG, professores Lavínia Rosa Rodrigues e Thiago Torres Pereira; do presidente da Abruem e reitor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), professor Odilon Máximo; da assessoria de Ensino Superior da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG), Leandra Felícia Martins; e da coordenadora-geral do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Andrea Carvalho Vieira.
Em sua fala, a reitora da UEMG, professora Lavínia, deu boas-vindas aos reitores e reitoras e falou sobre a oportunidade, oferecida pelo fórum, para que as universidades reafirmem seus referenciais e legados, assim como as experiências acumuladas dos docentes, técnicos-administrativos e discentes, os sujeitos históricos das instituições. A reitora também discorreu sobre o tema do evento e enfatizou a importância de discuti-lo.
"Por que discutir a ética, a estética, e inteligência artificial? Ousadia e necessidade talvez fossem duas boas respostas. Contudo, estamos caminhando por lugares que estão cada vez mais inundados, com as possibilidades e desafios trazidos pela inteligência artificial. Seremos capazes de garantir que seu potencial seja explorado de maneira ética e benéfica para todos e todas? Como o fazer educacional será e está sendo ressignificado? As respostas não estão prontas. Ou melhor, as não respostas também são muitas", disse.
O presidente da Abruem, professor Odilon, também falou durante a solenidade de abertura. O reitor da Uneal destacou o caráter propositivo e democrático do evento, com seus debates e discussões, e reafirmou o papel das universidades na produção de ciência e de conhecimento. "Nosso coletivo de reitores e reitoras representa a diversidade de nossas universidades. Nós compreendemos o papel fundamental de nossas universidades públicas, estaduais e municipais, e esperamos que possamos ser reconhecidos mais valorizados", afirmou.
O professor Odilon também homenageou a reitora da UEMG, anfitriã do 71º Fórum Nacional da Abruem, com uma placa de reconhecimento, alusiva ao evento. Em seguida, ex-presidentes da Abruem foram homenageados com medalha e diploma de associado honorário da associação. Foram estes: Raul Ernesto Lopes Palácio, reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), entre 2019 a 2023; Gustavo Pereira da Costa, reitor da Universidade Estadual do Maranhão, entre 2015 e 2022, representado pelo atual reitor, Walter Canales Santana; Evandro do Nascimento Silva, reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), entre 2015 e 2023; e Antonio Alvimar Souza, reitor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), entre 2018 e 2022, representado pelo atual reitor, Wagner de Paulo Santiago.
A solenidade de abertura ainda contou com uma apresentação do Quarteto de Clarinetes da Escola de Música da UEMG. Com um repertório bastante mineiro, os músicos trouxeram canções conhecidas do público, como "Maria, Maria", de Milton Nascimento e Fernando Brant, e "Maria solidária", dos mesmos compositores e eternizada na voz de Beto Guedes.
O 71º Fórum Nacional acontece até o fim da tarde desta sexta-feira (24/5). A programação inclui uma série de palestras, com convidados de diferentes universidades; clique aqui e saiba mais.
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A reitora da UEMG, professora Lavínia Rosa Rodrigues, e o presidente da Abruem, professor Odilon Máximo (foto: Leonardo Peifer/UEMG)
Abertura do 71º Fórum Nacional da Abruem
Público presente na abertura do 71º Fórum Nacional da Abruem (foto: Leonardo Peifer/UEMG)
Abertura do 71º Fórum Nacional da Abruem
Quarteto de Clarinetes da Escola de Música/UEMG se apresenta durante a abertura do 71º Fórum Nacional da Abruem (foto: Leonardo Peifer/UEMG)
Abertura do 71º Fórum Nacional da Abruem
Mesa de abertura do 71º Fórum Nacional da Abruem (foto: Leonardo Peifer/UEMG)