Dando sequência à matéria do dia 11 sobre a realização do I CONDAS - Conselho dos Diretórios Acadêmicos da UEMG, o texto abaixo traz mais detalhes sobre o evento.

Prestes a completar um ano e meio de atividades, a gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEMG colocou em prática, entre os dias 8 e 10 de dezembro, uma das principais propostas do plano de trabalho da entidade: a organização do 1º Conselho dos Diretórios Acadêmicos da Universidade (CONDAS). O encontro, ocorrido na Unidade Divinópolis, buscou discutir, com os representantes dos diretórios acadêmicos (DAs) da UEMG, o tema “Defesa da Universidade pública: assistência para permanecer”.

Segundo a coordenadora-geral do diretório Jéssica Marroques, o evento marcou um importante momento na história dos recém-criados DAs da Universidade. “Desde que a gente assumiu o DCE [o diretório ficou inativo durante cerca de 20 anos e foi retomado em julho do ano passado, durante o 1º Congresso dos Estudantes da UEMG (CONUEMG), realizado em Belo Horizonte], várias conjunturas, inclusive nacionais e estaduais, apresentaram a necessidade de uma presença mais forte dentro das entidades de base. Então, desde o início da nossa gestão, a gente teve, entre outras, a tarefa de acompanhar o processo de consolidação dos DAs da Universidade”, enfatizou Jéssica, que é estudante de Artes Visuais na Escola de Design, em Belo Horizonte.

De acordo com a estudante, o encontro teve o objetivo de criar um espaço de diálogo do movimento estudantil. “Nossa ideia era realizar o CONDAS no início do ano, mas não conseguimos porque, naquele momento, os DAs estavam começando a ser formados. Além disso, havia muitas outras agendas, como o Programa de Assistência Estudantil, por exemplo”, ressaltou Jéssica. “Desta forma, acho que foi um espaço muito bom para o diálogo dos DAs. A gente conseguiu falar bastante sobre as nossas necessidades enquanto estudantes. Os DAs também conseguiram colocar, em todos os espaços, aquilo que pensam e acreditam e quais são as suas demandas e propostas”, completou.

Diferentes realidades
O presidente do DA da UEMG Divinópolis, Samuel Santiago, enfatizou a importância do Conselho. “Quando fomos convidados a sediar o CONDAS, ficamos muito felizes porque receber o Conselho significa receber novas visões da Universidade. O CONDAS permite que a gente compreenda as diferentes realidades das Unidades da UEMG e crie pautas em comum para lutarmos de forma unificada”, apontou Samuel, estudante de História na Unidade. “E isso é muito importante para legitimar o DA como instituição autônoma, que tem uma capilaridade política interessante e que está lutando para tentar fazer a diferença no movimento estudantil. Estamos unindo forças para transformar esta realidade que é a nossa Universidade”, acrescentou.

O encontro
O primeiro dia do evento foi voltado para o acolhimento das delegações de estudantes.

Já no segundo dia, no período da manhã, aconteceu a mesa de conjuntura (foto acima), que contou com a participação de Ana Júlia Guedes, estudante de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretora de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE). “Para a UNE, é muito importante participar de um espaço como este porque ele sinaliza o que queremos construir para os próximos anos: uma UNE que, de fato, esteja com os estudantes, nos territórios, nas universidades”, ressaltou Ana Júlia. Jéssica Marroques também participou da mesa, como coordenadora-geral do DCE da UEMG e como diretora de Políticas Educacionais da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG).

No período da tarde, ocorreram duas mesas. A primeira, sobre o tema “Assistência e permanência na UEMG”, contou com a participação de Jéssica Marroques e do também coordenador-geral do DCE da UEMG Kauê Pinto, estudante de Direito da UEMG Passos. A outra mesa (foto acima) realizou um debate sobre o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e contou com a participação de João Guilherme Gualberto, estudante de Ciências Sociais e coordenador do DCE da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas); Roberta Mazer, estudante de Ciências Biológicas da UEMG Carangola e integrante do Pró-DA Resiliência; e Amanda de Freitas Maciel, estudante de História e diretora de Assistência Estudantil do DA da UEMG Divinópolis.

Na manhã do último dia do evento, foi realizada a mesa “A importância das entidades de base e entidades gerais do movimento estudantil” (foto acima), da qual participaram Sabrina Canuto, estudante de Direito na UEMG Diamantina e secretária do DCE da UEMG; Tatiana Braz, estudante de Jornalismo e vice-presidente de Ensino, Pesquisa e Extensão do DA da UEMG Divinópolis; Marcela Soares, estudante de Gestão Pública e coordenadora-geral do DA da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG; e Thainá Nogueira, estudante de Jornalismo e presidente do DCE da PUC Minas.

À tarde, os representes dos movimentos estudantis da UEMG apresentaram os problemas de cada Unidade e participaram de grupos de trabalhos sobre temas como arte e cultura; segurança; saúde e acessibilidade; apoio jurídico e ouvidoria; ensino, pesquisa e extensão; e assistência estudantil.

Durante o encontro, foram realizadas diversas atividades culturais, entre as quais cortejos voltados para as comunidades de mulheres, negros e LGBT.

No encerramento, os participantes elaboraram uma carta, que será divulgada na página do DCE da UEMG no Facebook (www.facebook.com/dceuemg/).

Além da Unidade Divinópolis, participaram do evento representantes dos movimentos estudantis da Escola de Design, da Escola de Música, da Escola Guignard, da Faculdade de Políticas Públicas (FAPP) e das Unidades de Campanha, Carangola, Diamantina, Ituiutaba, João Monlevade, Leopoldina, Passos, Poços de Caldas e Ubá.

O evento contou com o apoio da Fundação de Apoio e Desenvolvimento da Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (FADECIT).

Homenagem
Nesta primeira edição do evento, o CONDAS homenageou a militante e ativista política Walkíria Afonso Costa (1947-1974). Nascida em Uberaba (MG), ela foi integrante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e estudou Pedagogia na UFMG, onde atuou no movimento estudantil.  Juntou-se, no início da década de 1970, à guerrilha armada contra a ditadura militar estabelecida na região do Araguaia, no Estado do Pará, onde foi capturada, torturada e assassinada. 

Walkíria é uma das homenageadas do projeto Mulheres Cabulosas da História, cujo objetivo é realizar, por meio de releituras fotográficas, o resgate da vida de mulheres corajosas que transformaram a história da humanidade. Algumas imagens do projeto foram expostas durante o CONDAS.