Dessa vez, as necessidades da unidade de Ituiutaba da Universidade do Estado de Minas Gerais motivaram o requerimento feito pelo deputado Cristiano Silveira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A Audiência Pública foi realizada nesta manhã de terça-feira (22) no auditório da ALMG e contou com a presença dos integrantes da comissão, da gestão superior da UEMG, de alunos da Unidade e de professores.
O deputado, professor Cristiano Silveira, recebeu das mãos |
De acordo com o deputado Cristiano, a motivação da audiência se deu a partir da mobilização do movimento estudantil que ocupou a unidade da UEMG naquela cidade por 18 dias seguidos. As cobranças elencadas na pauta dos alunos, em sua maior parte, esbarram na questão orçamentária do Estado.
O estudante do curso de Agronomia, Marlon Kennedy, apresentou no plenário a situação que os alunos vivenciam e a dificuldade que encontram em cumprir todas as atividades acadêmica.
“Muitas vezes levamos material de casa para que possamos executar algumas atividades”, afirmou ao considerar o orçamento da instituição insuficiente diante do número de alunos atendidos.
O reitor em exercício, professor Thiago Torres, fez uma retrospectiva sobre o histórico de absorção da unidade de Ituiutaba pela UEMG e de todas as questões que envolvem os processos de compra e melhorias na infraestrutura. Uma das políticas adotadas como prioridade pela gestão e que deve impactar em melhoria na qualidade dos cursos, segundo o professor Thiago, é a efetivação do corpo docente.
“Desde o ano passado estamos trabalhando para executar concursos públicos porque acreditamos que a partir disso teremos condições de construir um ensino melhor e fortalecer a pesquisa e extensão”. Desde o ano passado, a UEMG já lançou 34 editais para concursos.
“Continuamos fazendo muito, com muito pouco” relembrou a pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Magda Lúcia Chamon, da frase proferida pela Reitora da UEMG, professora Lavínia Rosa Rodrigues em audiência na mesma comissão da ALMG. A professora Magda apontou ainda durante sua fala que a UEMG necessita de políticas de Estado efetivas para o ensino superior público e que o investimento não acompanhou o crescimento no número de alunos atendidos nos últimos anos. “É uma luta constante para tentar melhorar o que é possível”, pontuou ao relembrar das limitações orçamentárias da instituição.
O professor Moacyr Laterza Filho, Pró-reitor de Extensão, lembrou que os contingenciamentos impostos pelo governo no início do ano impactaram consideravelmente as atividades da UEMG. O pró-Reitor destacou ainda o papel que as unidades do interior desempenham no desenvolvimento das potencialidades locais onde estão instaladas. “Essas unidades geram impacto não apenas nas cidades onde estão, mas é um impacto regional”, defendeu Laterza ao lembrar que somente em Ituiutaba são desenvolvidos 34 projetos de extensão com bolsa.
O papel da ALMG no fortalecimento da universidade é fundamental, segundo a pró-Reitora de Graduação, Michelle Rodrigues. Para que isso ocorra, ela também defendeu a homologação dos concursos para docente que estão em andamento assim que forem concluídos e a convocação dos classificados. “Em Ituiutaba, por exemplo, não temos professores bolsistas dos programas de ensino, porque o Pibid e o Residência Pedagógica, o Ministério da Educação exige que eles sejam executados apenas por professores efetivos” sustentou.
Estudante fez desabafo sobre as dificuldades de permanência dos alunos na Universidade
Um dos pontos de discussão da audiência foi a questão da assistência estudantil para o aluno da UEMG. O Programa de Assistência Estudantil (Peaes), que apesar de ter começado a atender alunos (as) a partir desse ano, não conta com uma destinação orçamentária específica por parte do governo do Estado. Conforme explicou o pró-Reitor Moacyr, os recursos foram divididos com o programa de estágio, que também é uma alternativa para auxiliar na permanência do estudante onde ele faz o curso.
Em um desabafo emocionado, o estudante Ewerton de Melo do curso de Psicologia de Ituiutaba afirmou que a situação econômica de alguns estudantes é crítica. “Nós estamos aqui confortáveis, em uma sala com ar-condicionado, bem vestidos, mas imaginem quem está estudando essa hora ou quem tem que ir pra aula no período da tarde ou até estuda em tempo integral, mas não sabe o que vai ter pra almoçar?”, considerou o jovem.
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A coordenador de Assuntos Estudantis, Jordana Alvarenga, relembrou que o atual Peaes é fruto de uma luta do movimento estudantil e que precisa haver uma destinação de recursos específicos para atender a demanda do programa.
Por outro lado, representando a secretária de Educação Júlia Sant’anna, quem respondeu as questões por parte do governo foi o assessor de Relações Institucionais da SEE, Bernardo Henrique Miranda. Ele afirmou que o governo tem trabalhado para reduzir os impactos da crise econômica e atuando para liberar os contingenciamentos anteriormente feitos nos orçamentos.
A frente da comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, a deputada estadual, professora Beatriz Cerqueira, afirmou ao estudante Ewerton que reconhece a legitimidade em sua fala. “Na solenidade em comemoração pelos 30 anos da UEMG, conhecemos alguns estudantes e podemos identificar que são pessoas, em sua maioria, vinda de famílias da classe trabalhadora, a UEMG atende ao povo”, mencionou a deputada ao reforçar um dado apresentado em outras audiências que aponta que mais de 75% dos alunos vieram da escola pública.
Confira fotos da Audiência
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Fotos: Antonio Araujo/ Ascom-UEMG