Docentes e discentes da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) receberam uma homenagem, na tarde de quinta-feira (21/11), oferecida pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Cerca de 50 pessoas foram agraciadas com diplomas de congratulação, devido aos seus trabalhos no Curso de Formação Continuada em Educação Infantil, Infâncias e Relações Étnico-Raciais do Programa Erês.
O curso de extensão é oferecido pela UEMG, de forma gratuita, a professores da educação infantil, das redes pública e privada. Ele fornece instrumentos teórico-metodológicos e oferece qualificação a profissionais, no contexto da educação para relações étnico-raciais; propõe uma discussão sobre o papel de professores na condução de uma educação antirracista, desde a infância; busca combater preconceitos e discriminações contra pessoas negras e indígenas; e ampliar o conhecimento sobre as representações históricas, produzidas acerca dos povos indígenas, africanos e afro-brasileiros. Cerca de 2,7 mil professores fizeram parte do curso de extensão. Do total, 1,7 mil são de escolas de Minas Gerais e mil de escolas de outros estados do Brasil.
"A gente alcançou 80 municípios e precisa do apoio do parlamento, o governo do Estado e da reitoria da universidade, para que o curso tenha outras edições, para que as professoras possam saber trabalhar um livro de literatura infantil, cantar uma música que traduza a história do povo afro-brasileiro, da nossa cultura indígena", disse o professor Otávio Henrique Ferreira da Silva, da unidade acadêmica de Ibirité, coordenador do Programa Erês.
O docente defendeu que as práticas pedagógicas adotadas nas escolas tenham o compromisso de combater o racismo desde a educação infantil e ressaltou importância da continuidade do programa, com o desejo de fazê-lo chegar a todos os municípios de Minas Gerais.
A professora e vice-coordenadora do Programa Erês, Romilda Oliveira Alves, também da unidade Ibirité, apresentou a iniciativa ao público presente e explicou a origem do nome do programa. O termo buscou inspiração no documentário "Olhos de Erês", produzido por Luan Manzo, uma criança quilombola, criada no Kilombo Manzo Ngunzo Kaiango, que mostra o seu dia a dia no terreiro.
"Esse documentário vai capturar a essência dessa criança, que, de forma muito espontânea, por meio de uma brincadeira, valoriza e resgata a sua ancestralidade e a história dos povos de origem africana e afro-brasileira", contou a docente.
A cerimônia, presidida pela deputada estadual Beatriz Cerqueira, também teve a presença da reitora da UEMG, professora Lavínia Rosa Rodrigues. Em sua fala, a reitora parabenizou os docentes pelo trabalho em favor de uma educação antirracista e citou o Programa de Reserva de Vagas (Procan), o Programa de Bolsa para Povos e Comunidades Tradicionais (PROPCT's) e a regulamentação do procedimento de heteroidentificação como iniciativas recentes da UEMG de combate ao racismo. A reitora também celebrou a Portaria 175/2024 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Coepe), publicada na quarta-feira (20/11), que determina a inserção de disciplinas com temáticas étnico-raciais como componentes obrigatórios nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC).
Os homenageados e homenageadas receberam, em mãos, os diplomas de votos de congratulação e foram aplaudidos pelo público presente. A diplomação foi transmitida, ao vivo, na TV Assembleia.
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Da esquerda para a direita: o coordenador do Programa Erês, professor Otávio; a vice-coordenadora, professora Romilda; a reitora da UEMG, professora Lavínia; e o público presente durante a cerimônia. Fotos: Willian Dias/ALMG