Professores da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) participaram, este mês, do programa Brasil das Gerais, veiculado pela Rede Minas. A edição, exibida no Dia Mundial do Desenhista (15/4), prestou uma homenagem à Escola Guignard, que completa 80 anos em 2024.
Estiveram presentes as professoras Lorena D'Arc, diretora da Escola Guignard, e Sonia Labouriau, além do professor Renato Madureira. Entre os assuntos tratados, eles falaram sobre a história da instituição e celebraram o legado do artista plástico Alberto da Veiga Guignard.
"Guignard foi um divisor de águas. Além de um excelente pintor, ele tinha uma qualidade de desenho e um modo todo especial de ensino, que a gente continua, sempre, tentando manter. Essa tradição da forma como conduzir esse desenho, que é um desenho que parte muito da observação e do tempo estendido, em que o estudante observa e observa. Então, há esse tempo alongado e, a partir da observação, o estudante vai retirar, de dentro dele, aquela expressão de mundo", disse a professora Lorena.
Em 1944, o artista plástico fundou a Escola Guignard, após receber o convite do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, para ir à cidade. O estilo de Guignard logo causou agitação, provocando reações diversas nos críticos e na sociedade, devido ao seu traço criativo e transgressor.
O pensamento criativo do artista plástico foi reproduzido na didática da Escola Guignard, com aulas de observação, por exemplo, nas imediações do Parque Municipal Américo Renné Giannetti. Durante os meses de de abril e maio deste ano, inclusive, a instituição tem realizado novas aulas no local, em comemoração ao seu aniversário.
De lá pra cá, a Escola Guignard trabalhou para manter as bases do pensamento de seu pioneiro e, ao mesmo tempo, abrir-se às novas gerações. Além de pintores e desenhistas, escultores, estilistas, designers, gestores culturais, curadores, arte-educadores e outros artistas e profissionais foram formados pela instituição.
"De tempo em tempo, a gente discute e faz uma reflexão sobre esse método Guignard e essas gerações, que vão renovando esse aprendizado. A escola abriga fotografia, cerâmica, escultura, pintura, xilogravura, gravura em metal, serigrafia e litografia. A renovação vem a partir das gerações, sempre refletindo esse papel da formação das artes plásticas", afirmou o professor Renato.
A pesquisa científica desenvolvida pela Escola Guignard também foi comentada, ao longo do programa. A professora Sonia Labouriau explicou que, desde o início, esse é um braço da instituição, que tem sido fortalecido desde que a Escola Guignard passou a fazer parte da UEMG.
"Isso é uma coisa que vem de muito tempo e se intensificou à medida em que a escola foi entrando para a universidade. O que a gente entende por pesquisa, hoje, era realizado nos ateliês, na epoca de Guignard, de uma outra forma. Mas sempre houve uma qualidade conceitual e reflexiva, de relação com a produção, o estado da arte e também com os modos de fazer", disse.
Dois estudantes do curso de Artes Plásticas da Escola Guignard também foram convidados pelo programa. Verona Carvalho e Brenno Piai falaram sobre as experiências que têm encontrado, enquanto alunos da octagenária instituição de ensino. A artista plástica Maria Helena Andrés, ex-aluna da Escola Guignard e de Alberto da Veiga Guignard, também participou da edição.
Assista, na íntegra, o Brasil das Gerais: