Fotos acima: na segunda imagem, a reitora Lavínia Rodrigues. Na foto seguinte, destaque para a secretária em exercício da Seplag-MG Luísa Barreto
O clima no Auditório Juscelino Kubtischek da Cidade Administrativa, ontem (11) à tarde, era de entusiasmo. Em cerimônia de posse realizada no local, marcaram presença a maioria dos 256 professores nomeados recentemente pelo governo do estado após aprovação em concurso público da UEMG para o cargo de Professor de Educação Superior.
Muitos estiveram acompanhados de familiares para a assinatura do termo de posse e obtenção dos documentos necessários ao início das atividades nas Unidades Acadêmicas de destino – atuarão pela UEMG nos municípios de Carangola, Campanha, Cláudio, Diamantina, Divinópolis, Ibirité, Ituiutaba, Frutal e Passos. Ao final, as turmas de cada edital do concurso foram chamadas ao palco para receber os cumprimentos da gestão da Universidade, e para a realização do registro fotográfico do momento.
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Diante da secretária em exercício da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag-MG), Luísa Cardoso Barreto, do subsecretário de Articulação Institucional, da Secretaria de Governo (Segov-MG), Samir Carvalho Moysés, e da presidente da Associação dos Docentes da UEMG (Aduemg), Simone Medeiros de Carvalho, a reitora da UEMG, Profa. Lavínia Rosa Rodrigues, saudou os novos professores efetivos da Universidade: “Vocês nos inspiram a caminharmos juntos para consolidar a instituição, que abre suas portas para, juntos, continuarmos trabalhando na diminuição das desigualdades sociais e regionais, abrigando uma particular diversidade cultural e pluralidade de ideias”.
Em seu momento de fala, Luísa Barreto enalteceu a vocação nobre do serviço público: “Assumimos essa posição pela vontade de servir à população, de causar mudanças, de fazer a diferença. O serviço público às vezes é ingrato, as mudanças frequentemente não vêm tão rápido quanto a gente gostaria, mas a nossa entrega é muito relevante”, comentou a secretária em exercício durante a mesa de abertura, que contou ainda com a presença da reitora da UEMG, do vice-reitor, Profe. Thiago Torres, e dos pró-reitores Fernando Sette Júnior (Planejamento, Gestão e Finanças), Magda Chamon (Pesquisa e Pós-Graduação), Michelle Rodrigues (Ensino) e Moacyr Laterza Filho (Extensão).
Múltiplos olhares
A diversidade de perfis e trajetórias é marca das centenas de professores empossados.
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Ilustrando os profissionais que mudaram de estado para se embrenhar no desafio diário de fazer a UEMG, Renan Augusto Ribeiro veio de Iguape, litoral sul de São Paulo, para assumir o cargo de professor efetivo na área de Físico-química da Unidade Divinópolis. Doutor pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR) e pela Universitat Jaume I (Espanha), Renan diz que a iniciação como professor efetivo – foi seu primeiro concurso – representa para ele um aguardado e fundamental passo na carreira acadêmica. “Venho com muito ânimo para aproveitar essa experiência da melhor forma possível, incluindo a adequação à cultura local, com o objetivo de me tornar um pouco mineiro até”, brinca.
Por sua vez, Simone Fonseca Pires não precisou sair de perto de casa para assumir uma vaga na Unidade Ibirité – ela é natural de Belo Horizonte. Com experiência de professora designada na UEMG Unidade Divinópolis, a doutora em Bioquímica pela UFMG garante que são ótimas as expectativas para o novo cargo: “Se antes havia uma grande rotatividade, agora, enquanto efetivos, poderemos realizar um trabalho com início, meio e fim, atuando mais profundamente para o crescimento da Unidade, do curso e dos estudantes”.
Diferentes gerações também fazem parte da leva de professores que entra, agora, para o quadro permanente da Universidade. Com apenas 28 anos, Mauro Franco Neto integrará o corpo docente da UEMG Unidade Carangola. Natural de São Pedro de Caldas, ele conta que frequentou universidades públicas ao longo de toda a sua formação, culminando com o doutoramento atual pela Ufop: “Meu objetivo é trabalhar muito bem na UEMG para fazer jus à minha carreira de servidor público, como forma de devolver à sociedade tudo o que foi investido em mim”.
Alexandre Simões Ribeiro é representante da geração veterana. Aos 49 anos, o psicanalista se tornou professor efetivo do curso de Psicologia da Unidade Divinópolis, onde já atuava como docente desde antes da estadualização. “A gente espera que, com essa maior presença de efetivos, aumente o sentimento de pertencimento à instituição, com profissionais ainda mais engajados”, avalia. Ele acredita ainda que a estabilidade proporcionará condições ao desenvolvimento de melhores projetos de pesquisa e extensão. “Poderemos retomar agora, ainda que não da noite para o dia, a ideia de uma Universidade presente nas diversas relações sociais e instituições dos municípios e regiões. Pensar numa formação que repercuta de forma mais duradoura, para além da sala de aula”.
Traço comum a todos entrevistados é o desejo de fazer a diferença. Caso da mestre em Direito Constitucional, agora professora efetiva da Unidade Diamantina, Silma Maria Augusto Fayenuwo. Experiente em movimentos sociais e temáticas como direitos humanos e promoção da igualdade racial, Silma Maria, que também advoga e já realizou estágio acadêmico em Sociologia do Direito pela Universidade de Coimbra (Portugal), considera a vaga obtida no concurso uma vitória coletiva: “É a conquista de muitas mulheres negras, da população negra, que muitas vezes não tem o devido acesso à Educação, de modo que são poucos os negros que conseguem superar essa barreira e chegar ao Ensino Superior na condição de professor. A conquista é de todo um segmento que se vê representado pela minha pessoa dentro da Universidade”.
Consolidação institucional
O preenchimento dos cargos é vital para a estruturação das atividades nas Unidades Acadêmicas do interior, sobretudo naquelas que foram absorvidas entre 2013 e 2014. Pela primeira vez, elas poderão contar com um corpo docente efetivo visando ao fortalecimento dos departamentos locais e à uma atuação perene e estratégica quanto às ações de ensino, pesquisa e extensão.
A efetivação dos concursados representa também movimento importante no contexto geral da Universidade, ao ampliar para 54% o número de professores de carreira dentro da instituição, que passa a contar com 845 profissionais com essa modalidade de vínculo.
A Pró-reitoria de Planejamento, Gestão e Finanças da UEMG ressalta, ainda, que a posse dos servidores não trará impacto adicional à folha de pagamentos, uma vez que eles passarão a ocupar vagas que eram destinadas anualmente para designação.