A Faculdade de Educação da UEMG promoveu uma experiência pedagógica inovadora ao unir literatura, crítica social e formação docente. No semestre passado, estudantes do 7º período da disciplina Organização Social e Técnica do Trabalho Capitalista: Profissão Docente (OSTTC) participaram de uma atividade baseada em metodologia ativa com o tema “Nossas Vidas Carolinas”.
A proposta levou a turma a produzir textos dissertativo-argumentativos, em duplas ou trios, inspirados na obra “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, que completa 56 anos desde sua primeira edição. A autora, mulher preta, moradora da favela e catadora de materiais recicláveis, transformou sua dura realidade em literatura, conquistando reconhecimento internacional.
Segundo a Profª Drª Vitória Régia Izaú, que ministra a disciplina, a atividade trouxe reflexões profundas sobre desigualdade social, racismo e o papel da escola. “Ao discorrer sobre o impacto do capitalismo na profissão docente, a turma pôde analisar que ninguém deve ser discriminado por sua identidade racial, sua cultura, sua crença ou seu lugar de origem”, destacou.
A ação contou também com a participação da educadora social Mariele Cristina Conceição, pesquisadora do projeto Pensar a Educação e integrante do Programa Egbara Wa, que se encantou com os textos produzidos. O resultado? Um convite para que as produções fossem publicadas no Instagram do periódico acadêmico, ampliando o alcance do debate.
Além de valorizar a memória de Carolina Maria de Jesus, a prática reforçou a importância de discutir questões estruturais que atravessam a educação brasileira, como racismo, exclusão social e as condições do trabalho docente.
Confira os textos publicados no Instagram do Pensar a Educação: