Evento reúne especialistas e autoridades da educação em Ituiutaba para debater impactos emocionais, legislação e práticas restaurativas no ambiente escolar.
Na última terça-feira (6), a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), unidade de Ituiutaba, promoveu a mesa redonda "Bullying: compreender para combater". Uma iniciativa da coordenação de extensão da instituição. O encontro aconteceu no auditório do Bloco C da universidade e reuniu professores, estudantes e autoridades educacionais para discutir os efeitos do bullying e as formas de enfrentamento nas escolas.
Participaram do evento a secretária de Educação de Ituiutaba, Érika Franco, e a secretária adjunta, Yara Borges. Estudantes dos cursos de Pedagogia, Direito e Psicologia puderam ouvir palestras e reflexões de especialistas como a psicóloga e mestranda Kimberlli Silva Ferreira de Morais, o professor doutor em Direito Contratual pela Université de Lyon, Thalles Ricardo Alciati Valim, e a coordenadora do CEMAP - Centro Municipal de Assistência Pedagógica e Aperfeiçoamento Permanente de Professores e formadora em Justiça Restaurativa, Vanda Aparecida Silva Alves.
Kimberlli abordou os aspectos emocionais do bullying, destacando consequências graves como depressão, ansiedade, autolesão e até suicídio entre crianças e adolescentes. “Tudo começa na base. Se cuidamos da formação dos professores, conseguimos transformar a sociedade”, afirmou.
O professor Thalles reforçou que o bullying é um fenômeno complexo e global e alertou que há fundamentos legais para responsabilizar escolas por omissão. Segundo ele, é essencial entender o que caracteriza o bullying juridicamente: humilhação sistemática, exclusão social e discriminação reiterada, indo além de meras intimidações.
Já Vanda Aparecida questionou o tratamento isolado que se dá ao bullying nas escolas, defendendo que o problema reflete relações adoecidas. Ela destacou o papel da Justiça Restaurativa como ferramenta de transformação nas escolas municipais de Ituiutaba, promovendo escuta, mediação e cultura de paz. “Precisamos escolher que tipo de legado queremos deixar: o medo de errar ou a coragem de reparar”, disse.
A professora Tânia Silvestre, da UEMG, coordenadora da ação, afirmou que o evento é o primeiro de uma série de mesas redondas voltadas à formação crítica e humanizada de futuros professores e psicólogos, promovendo uma escola mais acolhedora e consciente.