A UEMG – Unidade João Monlevade sediou, na última semana, o IV Encontro de Mulheres na Engenharia, evento que reuniu profissionais de diferentes áreas para debater o protagonismo feminino na inovação, liderança e transformação social. A roda de conversa, que foi organizada pelo CREA-JR MG, aconteceu na sede Baú e contou com a participação de convidadas com trajetórias inspiradoras em diversos setores.
O evento foi aberto por Reinaldo Natalino de Campos, engenheiro ambiental formado pela UEMG e coordenador de projetos e eventos do CREA-JR MG., e pela professora Júnia Alexandrino, diretora acadêmica da unidade. Em sua fala, Reinaldo destacou a importância de promover esse debate dentro da universidade:
"Muitas mulheres podem se sentir acanhadas, inibidas pelo preconceito. Mas, ao verem outras mulheres que passaram por desafios semelhantes e, ainda assim, buscaram novas formas de se transformar na sociedade, isso pode motivar nossas estudantes a seguirem seus próprios caminhos."
Mulheres que inspiram mudanças
Entre as convidadas, Camila Magalhães, professora, tradutora de francês e empreendedora, apresentou sua experiência à frente da PepeBee, um projeto inovador voltado para a sustentabilidade. Sua trajetória mostrou como pequenas mudanças podem gerar grandes impactos na redução do consumo de plástico.
Fernanda Ávila, pedagoga e secretária municipal de Meio Ambiente, compartilhou suas experiências na liderança de projetos sustentáveis e de impacto social, destacando a importância da atuação feminina na construção de um futuro mais equilibrado. A convidada exibiu vídeos durante a palestra mostrando como o seu trabalho é capaz de impactar vidas no campo, de forma positiva e humanitária.
Já Keity Ellen Gonçalves Costa, profissional da área de segurança do trabalho e gestão pública, e Andréa Abade, pedagoga, produtora cultural, educadora e artista, trouxeram reflexões sobre representatividade, identidade e equidade. Andréa destacaou as dificuldades que as mulheres enfrentam na sociedade, independentemente do setor em que atuem:
Apesar de hoje minha atuação estar centrada em educação, arte e ações socioeducativas, minhas primeiras experiências foram nas áreas de Ciências Biológicas e Exatas. E, independentemente do campo profissional, os desafios, cobranças e preconceitos para as mulheres são, em sua maioria, muito semelhantes. Como as mulheres da engenharia, já estive em indústrias e setores onde eu era a única mulher e a única pessoa negra. Quase sempre os obstáculos e a resistência à minha atuação não estavam ligados à minha competência, mas simplesmente ao fato de eu ser mulher.”
“Por isso, acredito que partilhar minha experiência pode fortalecer e incentivar outras mulheres a seguirem seus caminhos. Os maiores desafios não estão na formação ou na competência técnica, mas sim nas relações e crenças enraizadas em uma cultura machista, racista e sexista. Ainda assim, seguimos avançando e nos destacando. Participar desta roda de conversa foi uma troca muito rica. As falas das convidadas, mesmo vindas de áreas distintas, se convergiram e se complementaram. O evento reafirmou a importância da presença feminina na engenharia e em diversas áreas, inspirando estudantes a ocuparem cada vez mais espaços de liderança.”
O IV Encontro de Mulheres na Engenharia reafirmou a importância de espaços de diálogo para inspirar e fortalecer a presença feminina em diferentes áreas. Com histórias de superação e conquistas, o evento reforçou que inovação e liderança também passam pelo olhar das mulheres, promovendo uma sociedade mais diversa e inclusiva.