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    Diálogo sobre branquitude e racismo na UEMG Ibirité - Uma reflexão profunda e inspiradora

    No dia 28 de Novembro, o Resistência Negra teve a oportunidade de romper barreiras e promover o 1º Diálogo sobre Branquitude e Racismo na UEMG Ibirité, um evento verdadeiramente inspirador. Na parte da manhã, contamos com a participação da direção da UEMG, representada por Camila e Marilene, além das coordenadoras Welessandra e Janaina (Pedagogia), Alexandre (Engenharia Ambiental), Cassia (Ciências Sociais) e Polyana (História). Os professores Douglas, Emmanuel e Jaider também estiveram presentes. Quanto à participação dos estudantes, entendemos que foi limitada devido aos desafios do final do semestre e a necessidade de liberação pelos professores, o que demonstra a necessidade de se encaixar este espaço no calendário acadêmico.

    À noite, observamos uma significativa presença de estudantes, bem como do corpo docente e da gestão. Tivemos novamente a presença de Camila e Marilene, das coordenadoras Anita (Matemática), Liliane (Física), Elaine Chaves (Letras), Alexandre (Engenharia Ambiental), Swiany (Ciências Biológicas) e Reisila - Chefe do Departamento de Ciências Biológicas, além dos professores Daniel, Nilson, Emerson, Alessandra, Eliane Machado e Marilânia. Destaca-se também a presença maciça do Movimento Estudantil, incluindo CAEF, CAEX, CAL, D.A e Uemgueiros, com representantes dos cursos de Física, Matemática, Educação Física, Engenharia Ambiental, Ciências Sociais, Letras, História e Pedagogia.

    Além disso, é imprescindível destacar a relevância da mesa de diálogo, que enriqueceu profundamente nossas discussões. Na sessão matutina, fomos brindados com as perspicazes contribuições das professoras Polyana Valente e Ana Laborne. Polyana Valente destacou como o racismo no Brasil é marcado por características únicas, tornando-o particularmente severo. Ela enfatizou as significativas conquistas sociais alcançadas pelo Movimento Negro, desde os quilombos durante o período da escravidão até a atuação da Frente Negra Brasileira e do Movimento Negro Unificado, bem como as lutas contemporâneas do movimento.

    À noite, o Professor Douglas Tomácio ofereceu uma perspectiva esclarecedora, argumentando que o racismo não é uma anomalia, mas sim uma faceta intrínseca à estrutura da humanidade que foi forjada, relegando o negro à 'zona do não ser'. Ele destacou como o sistema determina quem vive e quem morre, apontando o racismo institucionalizado na universidade e a proteção da subjetividade branca em contraste com a vulnerabilidade negra. Ana Laborne, abordou a temática da branquitude tanto de manhã quanto à noite, enfatizou a importância do reconhecimento de lugares de fala distintos para brancos e negros, respeitando seus respectivos espaços sociais. Ela salientou que, embora seja essencial que os brancos reconheçam e utilizem seus privilégios para promover a mudança, o protagonismo deve permanecer com a comunidade negra, desafiando os brancos a tensionar os espaços em que habitam, sem ocupar todos os lugares.

    Por tudo isso, gostaríamos de expressar nossa profunda gratidão pelo engajamento de todos que tornaram este momento possível. Sem essa participação, o debate ficaria enfraquecido, perpetuando o silêncio e a invisibilidade da luta antirracista. Acreditamos que os começos modestos são fundamentais e que cada etapa do processo deve ser valorizada. Os desafios e barreiras de hoje, acreditamos, serão diferentes amanhã, graças à nossa coragem de dar o primeiro passo. Agradecemos imensamente todo o apoio recebido e esperamos continuar juntos nesta jornada por uma educação antirracista e engajada na luta.
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