A Arte Antiga dos Povos Indígenas Brasileiros em Exibição na Grécia
Atenas, Grécia - A rica expressão visual dos povos indígenas que habitavam o Brasil antes da colonização portuguesa ganha destaque na exposição "Grafismos Pétreos: A Arte Rupestre Brasileira". Desde as mais antigas, datadas de cerca de 12 mil anos atrás, até aquelas produzidas em torno de 2 mil anos atrás, os "grafismos pétreos" permanecem como testemunhas eloquentes do passado. Essas inscrições em rochas ao longo dos milênios oferecem visões únicas, revelando as marcas deixadas por essas comunidades ancestrais, evidenciando a sucessão das culturas pré-históricas em camadas temporais.
Cada sessão desta exposição revela temas centrais das vidas dessas sociedades antigas. Fotografias capturam a vida cotidiana e cenas de caça no Centro-Nordeste do Brasil. No Brasil Central, figuras geométricas brancas se sobrepõem a representações mais antigas e coloridas, possivelmente de caráter astronômico. O Semi-árido Brasileiro apresenta figuras humanas e representações de rituais. Formas geométricas complexas dominam as pinturas em abrigos calcários de certos trechos do vale do Rio São Francisco. Em vales adjacentes, se observam gravuras feitas no chão de abrigos rochosos, enquanto pinturas geométricas cobrem os tetos. Na Amazônia, rostos e formas humanas gravadas nas rochas oferecem a possibilidade de encarar diretamente faces do passado. Nas margens dos pântanos ocidentais, gravuras em baixo relevo revelam figuras geométricas circulares, possivelmente de significado solar.
A exposição engloba uma diversidade de linguagens das artes visuais, aliando-as à tecnologia digital inovadora. São apresentados trabalhos de Andrei Isnardis, Chico Ferreira, Júlio Cesar Fagundes, Marcos Jorge e Rogério Tobias Júnior, na forma de fotografias, um filme documentário e uma reprodução em 3D de realidade virtual imersiva, convidando o público a uma experiência única da arte antiga. Essas obras, integradas na exuberante paisagem natural do Brasil, realçam a ligação intrínseca entre a expressão humana e o meio ambiente.
Esta exposição não apenas testemunha o passado, mas também enriquece nossa compreensão da diversidade cultural e da herança indígena que perdura na contemporaneidade. Celebrando o legado cultural dos indígenas, povos originários do país, a mostra abrange várias regiões, incluindo a Amazônia, símbolo máximo da preservação ambiental, celebrando as muitas facetas do Brasil, sua rica cultura e a conexão íntima entre os povos indígenas e a natureza.
Curadoria: André Prous - Museu de História Natural e Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais, Bolsista do CNPq
Celina Lage – Escola Guignard, Programa de Pós-Graduação em Artes, Universidade do Estado de Minas Gerais Erica Angliker – British School of Athens
Informações sobre a Exposição:
Título: Grafismos na Pedra: A Arte Rupestre Brasileira
Local: Casa do Brasil (equipamento cultural da Embaixada do Brasil em Atenas)
Endereço: Av. Vasilissis Sofias, 23, Atenas, Grécia
Abertura: 23 de novembro às 19:00h
Duração: 24 de novembro a 15 de dezembro de 2023
Contatos: Celina Lage Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Erica Angliker Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Simpósio Internacional: Pedras nas Culturas Antigas do Brasil e Grécia: Arqueologia, Arte e Linguagem
As pedras estão entre as evidências mais persistentes e antigas das sociedades antigas, tendo sido utilizadas para ferramentas, abrigos, túmulos, santuários, monumentos, e assim por diante. Após a primeira exposição fotográfica da arte rupestre brasileira na Grécia, o objetivo do presente simpósio é promover o diálogo interdisciplinar entre estudiosos que trabalham com as rochas brasileiras e gregas, discutindo a sua importância para as sociedades antigas ao longo do tempo e do espaço.
Convidamos os estudiosos a apresentar trabalhos que discutam o papel das pedras como objetos de culto e em locais habitados, como um meio pelo qual ideias de identidade e valor foram expressas e associadas à monumentalidade, à memória e a conceitos relacionados, lançando luz sobre o caráter duradouro das pedras na ligação entre pessoas e lugares ao longo das gerações. Também convidamos a considerar sinais e figuras esculpidas nas rochas para transmitir mensagens.
24 Novembro
14:00 Isabella Tardin Cardoso (IdEA Unicamp): Opening
14:20 Brazilian Embassy at Athens Welcoming
14:30 Celina Lage (PPGArtes, Escola Guignard, UEMG): Rock Art Viewed Through Digital Photography, Cinema 3D and Virtual Reality: Semiotics Dialogues and Intertemporal links
15:10 Erica Angliker (British School at Athens):
Decolonising Greek Archaeology Through Interdisciplinary Dialogues
27 Novembro
11:00 Stella Katsarou (Hellenic Ministry of Culture, Ephorate of
Palaeoanthropology and Speleology): Caves in Greece: Places for Life, Death and Gods
12:00 Jesper Tae Jensen (The Danish Institute for Mediterranean Studies): Treasure Trove of Ancient Human Remains: Why Caves Archaeology Matters
28 Novembro
11:00 André Prous ( Museu de História Natural e Jardim Botânico, UFMG): Art on Stone During Holocene: Rock Art in Brazil
12:00 Andreas Vlachopoulos (Ioannina University): Marble Figurines, Infant Pot Burials and Rock Art at Vathy Astypalaia
29 Novembro
19:00 Michel Justamand (UFAM) (online streamed): Sexual Diversity on the Rupestrian Paintings at the National Park Serra da Capivara /Brazil
Pedro Paulo Funari (IFCH/Unicamp) Moderador
Organizadores da Conferência
Erica Angliker, British School at Athens
Celina Lage, Escola Guignard, PPGArtes, UEMG
Isabella Tardin Cardoso, IdEA Unicamp/ IEL-Unicamp
Informações da Conferência
Title: Pedras nas Culturas Antigas do Brasil e Grécia: Arqueologia, Arte e Linguagem
Local: Embaixada do Brazil em Atenas
Endereço: Av. Vasilissis Sofias, 23, Atenas, Grécia
Duração: Novembro 24 to Novembro 29, 2023
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