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    Projeto da Escola Guignard integra a exposição dos 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha

    O projeto Pintura ao ar livre, do grupo de pesquisa Terra Comum: arte e ecologia, coordenado pela artista plástica e professora da Escola Guignard Louise Ganz, participa com a instalação “Vastas Planícies, Outros Campos de Pedra” na exposição "Lugar Imaginado, Lugar Vivido: 80 anos da Casa do Baile”. A exposição comemora os 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha, com a curadoria dos arquitetos Guilherme Wisnik e Marina Frúgoli. 

    “Ao longo destes últimos três meses, o Pintura ao ar livre se dedicou a pesquisar, conhecer e pintar em lugares diversos na Pampulha", relata Louise sobre os locais onde se realizaram as sessões de pintura na região da Pampulha. "Começamos pelas margens do córrego Pampulha, corpo líquido a céu aberto, dentre poucos que não estão violentados pela cultura do tamponamento na cidade, e que desce da lagoa levando toda a matéria histórica, física e simbólica. Passamos pelos encantamentos da Ilha dos Amores, habitada por vegetais e animais, cercada pela água densa e suja – a ilha, de imensa beleza visual, é uma vivente que diz das contradições ambientais do antropoceno".

    A professora continua descrevendo essas locações: "no monumento à Iemanjá fomos nos aproximar da história de festividades do candomblé e da história dos constantes ataques sofridos por intolerância religiosa; o monumento está próximo à Casa do Baile, local este onde também tantas festas foram realizadas. Entramos no parque ecológico para chegar nos diques e locais de parada das dragas, que retiram lodo da lagoa. Na Comunidade Dandara, não mais na orla da lagoa, estivemos com as mulheres da Aura da Luta, um espaço de luta por direitos à moradia e acolhimento de mulheres. Estivemos na foz dos córregos Ressaca e Sarandi, dois córregos aprisionados que são mais de 70% da água que chega na lagoa. Sem esquecer da barragem da Pampulha, inaugurada em 1938, para represar a água. Nos juntamos nessa luta ambiental e de revisionismo histórico. A quem pertence essa terra? Quem tem direito a esse ambiente? Córregos, peixes, árvores, plantas, lagoas, pessoas dos movimentos pela moradia, entidades não visíveis”, pontua.

    Participam do grupo Pintura ao ar livre alunas, alunos e ex-alunos, bem como pessoas da comunidade, em sessões de pintura que acontecem em vários locais da cidade. Os locais são experiências da diversidade e constroem aproximações com territórios, pessoas, plantas, bichos e outras entidades. Investigam, pela prática da pintura, o olhar, o gesto e o corpo, as materialidades, composições, cores, suportes, e as influências do ambiente. O projeto de pesquisa está em seu segundo ano, conta com o apoio de editais PAPq UEMG, com dois bolsistas por ano. 

    É possível conhecer e acompanhar o projeto pelo seu perfil no Instagram: @pinturaaoarlivre.

    A exposição "Lugar Imaginado, Lugar Vivido: 80 anos da Casa do Baile” inaugura no dia 16 de maio de 2023, e a partir do dia 17 estará aberta ao público, na Casa do Baile: Centro de Referência da Arquitetura, Urbanismo e Design, na Av. Otacílio Negrão de Lima, 751, São Luís, Pampulha.

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