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    UEMG Divinópolis é uma das primeiras universidades do país a receber microscópio com sistema de inteligência artificial

    Pedro Lucas
    Estagiário de Jornalismo – Assessoria de Comunicação | UEMG Divinópolis
    Fotos: Isabella Marques
    Orientação: Elvis Gomes e Isabella Marques
    Edital nº 2/2024 – Estágio obrigatório do curso de Jornalismo da UEMG Divinópolis

    Entre os dias 18 e 29/11/2024, ocorreu, na UEMG Divinópolis, a instalação do microscópio de fluorescência motorizado e analisador de metáfases, que utiliza inteligência artificial para cariotipagem humana, além de outras espécies de animais. Ele foi instalado no Laboratório de Análises Genéticas (Lagen) da Unidade. O equipamento foi entregue há alguns meses em várias caixas, e sua instalação foi programada para este período. A engenheira chamada Ana, vinda de Israel, representando a empresa Applied System Innovation (ASI), realizou a instalação em conjunto com a equipe da empresa Molecular Biotecnologia, de Belo Horizonte, responsável pela venda do microscópio. A equipe da Molecular incluiu o proprietário da empresa, assessoria de engenharia e uma técnica, totalizando quatro pessoas. O treinamento contou com a participação do palestrante e estudantes do laboratório, incluindo iniciação científica e voluntários.

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    A líder do Lagen, professora Fernanda de Oliveira Bustamante, bióloga, mestre e doutora em Genética, pontua que a compra do equipamento ocorreu devido à aprovação de um Projeto de Pesquisa e Extensão Estruturante. “É um processo interno da UEMG, em que conseguimos a aprovação do projeto para comprar não só esse equipamento, mas também estruturar o laboratório.” Fernanda acrescenta que a aquisição do microscópio é de extrema relevância para a Universidade, para a cidade de Divinópolis e para toda a região do Centro-Oeste Mineiro. Segundo Fernanda, a utilização do aparelho poderá ser ampliada até mesmo para o Estado de Minas Gerais, pois existem pouquíssimas unidades do aparelho no país, ainda com o diferencial de conter a inteligência artificial em seu sistema.

    O equipamento poderá ser utilizado tanto para ensino e pesquisa quanto para extensão dentro da UEMG. “Nas aulas práticas, iremos mostrar como o equipamento funciona, quais são as análises, possibilidades de estudos que podem ser feitos utilizando-o. Na Pesquisa, ele pode ser utilizado em diferentes áreas do saber e na Extensão pode ser realizada a prestação de serviços à comunidade”, destaca Fernanda. Pesquisas com microorganismos, bactérias, fungos, plantas e animais, incluindo a espécie humana, são exemplos de estudos com a utilização da ferramenta. Fernanda complementa que o aparelho também pode ser utilizado pelos cursos de Engenharia, uma vez que é um equipamento que utiliza inteligência artificial, podendo ser aprimorado. Outros cursos que podem se beneficiar com a chegada incluem Ciências Biológicas, Enfermagem, Engenharia Agronômica e Fisioterapia.

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    Com relação à prestação de serviços, Fernanda explica que o intuito futuro é realizar parcerias com a Secretaria de Saúde de Divinópolis, além de hospitais e laboratórios da região mineira. “Assim, iremos possibilitar a análise cariotípica automatizada utilizando o equipamento. E isso pode ser feito tanto com técnicas de coloração convencionais quanto utilizando a hibridização in situ fluorescente (FISH), que é uma técnica laboratorial para detectar e localizar uma sequência específica de DNA em um cromossomo”, detalha a bióloga. Tal procedimento possibilitaria a liberação de laudos com maior agilidade para a população, determinando se o paciente avaliado contém alteração cromossômica ou alguma doença rara.

    Fernanda especifica que o acesso do aparelho será restrito a três pessoas que poderão realizar o manuseio, por ser um equipamento de grande sensibilidade, mas que o sistema de análise será liberado ao público em geral. Os treinamentos e as capacitações foram realizados na mesma semana da inauguração. “Ofertamos duas capacitações até o momento, abertas ao público. Uma em cultivo celular, no formato on-line, que contou com a presença de aproximadamente 25 pessoas, incluindo público internacional. Outra com o curso de análise cariotípica, que finalizou em dezembro de 2024, contando com dez pessoas.” Fernanda alerta que, por mais que o aparelho tenha um sistema automatizado, a presença de um analista é fundamental para corrigir falhas na montagem dos cariótipos e detectar alterações. Ela expressa estar em êxtase com a aquisição, mas que compreende ter uma grande responsabilidade em mãos para fazer com que o uso do microscópio traga benefícios para a população. “A instalação não é o fim; nós temos que buscar parcerias e aprovações de novos projetos para que o uso do equipamento seja continuamente utilizado”, finaliza a líder do Lagen.

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